sábado, 31 de dezembro de 2011

A economia no Japão se recupera?

Durante toda a sua história, os japoneses precisaram passar por diversas provações para chegar até a posição econômica que se encontra. Desde séculos de dominação de shoguns até ser alvo de duas bombas nucleares durante a II Guerra Mundial, o povo japonês sempre demonstrou exemplo de força de trabalho, inteligência e dedicação para se recuperar de períodos de recessão.
A história do Japão foi sempre marcada por grandes reerguidas.
Recentemente, em 11 março de 2011, mais um incidente colocou em xeque essa capacidade de recuperação do país, um terremoto de quase 9º na escala Richter seguido de tsunami devastou grande parte da costa japonesa, deixou mais de 11 mil mortos e ainda causou um acidente nuclear na usina nuclear de Fukushima. A amplitude do desastre, já considerado o maior desastre natural da história humana moderna, causou estragos não só efeitos materiais, patológicos e psicológicos à população do país, mas também afetou como nunca a economia japonesa.
O maior problema é que o incidente não escolheu a melhor hora, economicamente falando, para atingir o país. O Japão já passava por uma crise econômica antes do tsunami. O consumidor japonês, sempre acostumado a consumir muito, trocando seus eletrônicos e veículos freqüentemente e utilizando-se de diversos serviços (o que compõe mais de 68% da força de trabalho do país) passou a consumir menos. O mercado, inclusive, chegou a acusar uma deflação de 0,9% em 2010.
Com o terremoto seguido de tsunami o cenário piorou ainda mais. Diversos fatores de produção naturais e de capital foram prejudicados, fazendo com que, entre outras coisas, as indústrias parassem sua produção (a Sony e a Toyota, inclusive chegaram a fechar algumas de suas fábricas), o governo iniciasse uma campanha de redução de energia elétrica (já que o potencial energético do país foi reduzido para 66% após o desastre). Somado a isso que a produção da indústria japonesa depende de 90% de matéria-prima estrangeira, o cenário não parece dos mais animadores.
Mas há de se considerar que a participação do Estado na economia do Japão, apesar de limitada, sempre foi determinante e muito maior que a da maioria dos outros países desenvolvidos. Agora o Estado deverá, em uma medida Keynesiana, influenciar cada vez os rumos do país e recuperar a economia em alguns anos.
A economia do Japão é extremamente dependente da importação de matéria-prima, mesmo assim, os níveis de exportação sempre foram maiores que os de importação graças, entre outras coisas, as manobras do governo para manter a moeda local desvalorizada perante o dólar.
Visto isso, é possível observar o cenário atual do Japão: com toda a destruição despontada no litoral, a necessidade de reformas e reconstruções é iminente, por isso o governo injetou 38 milhões de ienes na economia. Mas não adianta injetar o dinheiro se a matéria-prima é escassa, por isso a importação tende a aumentar e muito.
Costa de Miyagi, após o terremoto seguido de tsunami.

Assim enquanto os ienes injetados suprem as necessidades do mercado interno, mantendo o fluxo econômico e evitando o desemprego, o governo deve controlar a quantidade de dólares que entram e saem do país para que as exportações continuem e a importação intensa não prejudique os altos níveis de exportação que o país sempre teve e que são de essencial importância para poder continuar importando a matéria-prima necessária. Podendo auxiliar nos níveis de importação e exportação para que tudo ocorra a níveis seguros, a medida deve fazer com que o Japão recupere seu fluxo econômico novamente pré-tsunami novamente.
O governo sabendo lidar com esse seu papel dentro da economia, poderá trazer ao país um cenário ainda melhor do que aquele que se encontrava antes do terremoto seguido de tsunami. Sabendo-se que a recessão por qual passava era causada pela falta de consumo, e agora tendo em vista que o consumo é de deveras importância para a reconstrução do país, basta que o governo (junto com a indústria) saiba trabalhar a demanda que surgirá durante a recuperação do país para que não mais haja a estagnação de consumo por parte da população.

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